Capítulo nefasto da História Nacional, o dia 31 de março de
1964 é uma data para não ser esquecida, sim, mas jamais comemorada. Naquele
dia, as Forças militares, principalmente do Exército, encerraram o período
democrático inaugurado pela queda de Getúlio Vargas em 1945 (ditador desde
1937) e pela Constituição de 1946, pois foi derrubado o presidente da época,
João Goulart. Iniciou-se, então, um período de trevas neste país, que duraria
até a abertura democrática, em 1985, com a eleição, mesmo que indireta, de um
presidente civil (Tancredo Neves), depois de um longo período de 21 anos.
Esta data deve ser para os brasileiros uma data de séria
reflexão. Embora com muitos defeitos ainda, temos uma democracia plena, o que
deve ser para nós motivo de orgulho. Mesmo que “forças ocultas”, usando as
palavras do ex-presidente Jânio Quadros, atentem contra os princípios
democráticos de liberdade, eleições e imprensa livres, deve o nosso povo lutar veementemente
para que continuemos nesta normalidade republicana.
Vivemos tempos difíceis por causa da pandemia. Interesses
políticos, por vezes, suplantam as necessidades de ações concretas de nossos
governantes. A corrupção grassa o nosso país. Milhares de vidas perdidas
desmascaram a falta de investimentos sérios em saúde pública, direito de todos
e dever do Estado, segundo a Constituição. A pandemia demonstra que,
infelizmente, apesar de ser uma das maiores economias do mundo, o Brasil ainda
não está preparado para resolver questões sociais básicas, pois aqui a economia
parece ser mais importante que as vidas...porém, sem vidas, não há economia.
Aos cristãos, e à sociedade em geral, cabem algumas
reflexões:
1. Precisamos de profetas verdadeiros que denunciem os
desmandos governamentais com coragem; não precisamos de curandeiros e
marcadores da fé!
2. Neste momento, não precisamos de cultos e missas
presenciais, mas evitar aglomerações e contato social. É tempo de máscaras, álcool
gel e distanciamento; Igreja é você, onde estiver.
3. Mantenhamos a nossa fé viva, com oração, jejum e
conversão. Muitos tem apelado para II Crônicas 7:14, para que Deus sare a nossa
Nação, mas se esquecem de que devem se converter dos seus maus caminhos,
segundo o mesmo texto;
4. Lembremos de que as pessoas são mais importantes do que
as coisas;
5. Não apoiemos ações, de nenhuma natureza, que atentem
contra a vida e a dignidade das pessoas.
Agindo assim, certamente teremos um país melhor e o fantasma
de 1964 não nos assombrará nem hoje, nem no futuro.
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