2. Ausência de Espírito perdoador ( Mt 6:12)
“e perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos devedores”
Sem dúvidas que a Oração do Senhor, conhecida como Pai Nosso, é uma espécie de “Credo” da oração. Nela temos não apenas um modelo, mas singularmente, algumas regras de uma oração a ser ouvida por Deus.
E uma das suas cláusulas mais prementes é relativa à disposição de perdoar. Somos perdoados por Deus, em Jesus Cristo, porque Cristo tomou sobre si as nossas iniquidades. O salário do pecado é a morte (Rm 6:23) e cada um de nós deveria receber a justa condenação por isso. Mas Deus provou o seu amor por nós e nos perdoou (Rm 5:12). Livres, já não há condenação sobre nós (Rm 8:1).
Somos convidados por Deus, portanto, a parir disso a sermos novas criaturas (2 Co 5:17) e a sermos, por isso, ministros da reconciliação (2 Co 5:18,19).
Mas porque temos tanta dificuldade em perdoar os outros?
Primeiro, porque somos egoístas por natureza. Queremos sempre ser o centro das atenções, mesmo que o façamos de modo inconsciente. Queremos que tudo seja feito do nosso modo, do nosso jeito. Não gostamos quando nossas ideias e sugestões não são aceitas no nosso grupo. Queremos, muitas vezes impor o nosso ponto de vista como o único verdadeiro, temos dificuldades em dar o braço a torcer. Por isso, antes de tudo, precisamos de cura. Nossas verdades não podem ser impostas aos outros como única solução. Aprender a ouvir, a compartilhar conceitos e reconhecer que erramos é um bom caminho a seguir.
Segundo, porque sempre esperamos das pessoas mais do que elas possam oferecer. Como estamos sempre nos decepcionando com as pessoas, não conseguimos esperar das pessoas apenas o que podem fazem. Todos somos imperfeitos, todos temos falhas, todos somos pecadores. Para amar e perdoar não podemos esperar que os outros pensem exatamente como nós, cada um tem seu tempo.
Terceiro, porque somos acumuladores de mágoas. E isso é o pior. O autor da Carta aos Hebreus nos adverte sobre isso: “atentando, diligentemente, por que ninguém seja faltoso, separando-se da graça de Deus; nem haja alguma raiz de amargura que, brotando, vos perturbe, e, por meio dela, muitos sejam contaminados” (Hebreus 12:15). Lembremos que raiva, rancor, mágoa são venenos que tomamos pensando que os outros vão morrer, mas faz muito mal para nós.
Que busquemos exercer o perdão todos os dias, aos outros e a nós mesmos. Tenhamos pensamentos retos e bondosos em relação aos outros e em relação a nós mesmos. Perdoar não é esquecer. Perdoar é como uma cicatriz: ela está ali e nos faz lebrar o corte, mas não dói, nem incomoda mais.
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