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sábado, 6 de julho de 2024

Pertencimento

Então, Elias se chegou a todo o povo e disse: Até quando coxeareis entre dois pensamentos? Se o Senhor é Deus, segui-o; se é Baal, segui-o. Porém o povo nada lhe respondeu. I Rs 18:21


Sentir-se parte de algum grupo, uma nação, um time esportivo ou uma família é ideal para todos os seres humanos. Fazer parte de algum grupo ou pertencer a algum lugar nos dá um sentimento de importância, de fazer parte de algo que é maior e mais importante que nós. Não se sentir parte de algo, por outro lado, pode causar efeitos muito negativos na saúde física e mental e no bem-estar de uma pessoa. Mas o que é o sentimento de pertencimento?

“Pertencimento é aquela percepção de alguém fazer parte de uma comunidade, de uma família, de um grupo, de uma nação. Ele está muito ligado ao reconhecimento e a como uma pessoa tem respeitadas a sua dignidade, a sua cultura, e as suas diferenças”.

Parece-me que hoje as pessoas não querem mais pertencer. Pertencer me dá a garantia de que eu tenho uma identidade clara, uma espécie de DNA, uma sensação de segurança.  Pertencimento dá conforto ao coração, pois não é dúbio, nem gera confusão. 

E o fato das pessoas não quererem pertencer me faz pensar que essa atitude talvez seja o medo de assumir quem se é imaginando o julgamento alheio. Talvez perder-se num mar de infinitas possibilidades não induza o indivíduo a se comprometer profundamente com causas e/ou ideias. Seguir o fluxo, seguir a multidão afasta a possibilidade de sermos reconhecidos.

Eu pertenço também a uma História, anterior a mim e que continuará depois de minha partida. Mas quem não tem esse sentimento de pertença não sabe de onde veio e nem para onde vai.

Ali estava Elias, o tesbita, chamado por Acabe de "o perturbador de Israel". Diante dele, um povo que ora pendia para Javé, ora pendia para Baal, de acordo com suas conveniências. Eles conheciam os feitos de Javé, suas leis e mandamentos, mas fraquejavam em sua fidelidade e praticavam uma dança das cadeiras em sua profissão de fé. 

E o chamado do profeta é: escolham a quem vocês querem servir. Ficar em cima do muro é muito perigoso, principalmente em questões espirituais. "Acender uma vela para Deus e outra para o diabo" pode ser fatal para uma espiritualidade saudável, para uma prática política cidadã responsável ou para se ter relacionamentos saudáveis. 

Na "modernidade líquida" de Bauman o sentimento de pertença parece um pouco fora de moda. Mas a nós que professamos a fé cristã o apelo do profeta é imperativo. Se insistirmos em ter os pés em duas canoas poderemos cair nas águas e isso pode ser desastroso.

Até quando?

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