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sábado, 29 de maio de 2021

Série: Impedimentos a nossas orações (4)

 4. Coração altivo ( Provérbios 16:5)

“Abominável é ao Senhor todo arrogante de coração; é evidente que não ficará impune”.


A humildade é uma característica que deve ser cultivada diariamente. É apreciada em todas as culturas e em todas as religiões. Gosto de um provérbio japonês que diz que o homem sábio é como um cacho de arroz: quanto mais grãos tem, mais se curva.

Portanto, a atitude de chegar diante de Deus em humildade é um elemento essencial para que nossa oração seja atendida. Há uma passagem no Evangelho que nos mostra a diferença de atitude entre um fariseu e um publicano orando, uma das mais famosas parábolas de Jesus. Vejamos o texto na íntegra:

Dois homens subiram ao templo com o propósito de orar: um, fariseu, e o outro, publicano. O fariseu, posto em pé, orava de si para si mesmo, desta forma: Ó Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros, nem ainda como este publicano; jejuo duas vezes por semana e dou o dízimo de tudo quanto ganho. O publicano, estando em pé, longe, não ousava nem ainda levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: Ó Deus, sê propício a mim, pecador! Digo-vos que este desceu justificado para sua casa, e não aquele; porque todo o que se exalta será humilhado; mas o que se humilha será exaltado. (Lucas 18: 10-14).

O fariseu da parábola “orava de si para si mesmo”, ou seja, queria apenas se vangloriar pelo que era e pelo que fazia. O publicano, “de longe”, tinha uma atitude extremamente humilde. O fariseu se compara aos outros, querendo ser melhor e o publicano, por sua vez, reconhece que nada é diante de Deus, apenas um pecador. Assim fica patente o quanto a humildade é necessária em nossas orações. Não precisamos dizer a Deus quem somos, pois se tem alguém que sabe quem realmente somos, é Ele. O fariseu, orgulhoso, saiu sem resposta. O publicano, alcançou o favor de Deus. É importante lembrar que os fariseus eram considerados religiosos exemplares, enquanto os publicanos, pecadores contumazes e inimigos do povo. A parábola, porém, nos mostra quem é quem, de verdade. Ser um religioso e cumpridor dos deveres não justifica ninguém dante de Deus, mas um coração contrito e humilde, sim.

O nosso Deus é um Deus de verdades. Ele é Soberano sobre toda a sua criação, único digno de adoração e louvor. Chegar-se a Ele com um coração orgulhos é o mesmo que dizer que não precisamos dele, por isso, nesse caso, nossas orações não são atendidas. O orgulho mostra que somos autossuficientes e nos bastamos.

Se nossa oração não é seguida de humildade, apenas cumprimos um ritual frio e vazio de significado. Caímos no mesmo pecado de Adão, que quis ser independente de Deus, no mesmo pecado de Caim, oferecendo a Deus um culto apenas para cumprir uma obrigação. Reconhecer que precisamos de Deus e que sem Ele nada somos, nada podemos, é o primeiro passo para uma vida cristã vitoriosa. Como São Paulo relata, “Então, ele me disse: A minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, mais me gloriarei nas fraquezas, para que sobre mim repouse o poder de Cristo. Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias, por amor de Cristo. Porque, quando sou fraco, então, é que sou forte. (2 Coríntios 12:9,10 ) 

sexta-feira, 28 de maio de 2021

Serie: Impedimentos a nossas orações (3)

 3. Dúvidas (Tg 1:5-8)

“Se, porém, algum de vós necessita de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente e nada lhes impropera; e ser-lhe-á concedida. Peça-a, porém, com fé, em nada duvidando; pois o que duvida é semelhante à onda do mar, impelida e agitada pelo vento. Não suponha esse homem que alcançará do Senhor alguma coisa; homem de ânimo dobre, inconstante em todos os seus caminhos”.

O meio pelo qual nos relacionamos com Deus é a Fé. Ela é um dom de Deus e, sem ela não podemos agradar-lhe (Hb 11:6). Pela fé, avistamos possibilidades que, em nossa limitação, jamais conseguiríamos alcançar. Ela é que nos faz vencer o mundo (mundo aqui na concepção do mundo dos homens que se opõe às verdades de Deus) ( I Jo 5:4).

Sendo assim, quando oramos, precisamos crer em nossas orações e, sobretudo, crer no Deus a quem oramos.

Conta-se a história de um jovem, recém-convertido, que lera no Evangelho o seguinte: E ele lhes respondeu: Por causa da pequenez da vossa fé. Pois em verdade vos digo que, se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a este monte: Passa daqui para acolá, e ele passará. Nada vos será impossível.(Mateus 17:20) . O jovem, então, se pôs a orar olhando a um monte que distava alguns metros de sua casa e que avistava pela janela de seu quarto. Ao abrir os olhos, o monte estava no mesmo lugar. Então disse: “Eu já sabia...”

Primeiro, não podemos tomar o texto bíblico de forma literal, é óbvio. Mas a atitude do jovem nos leva a pensar sobre como oramos, ou seja, muitas vezes duvidamos do que oramos antes mesmo de pedir. É isso que Jesus se refere, também, quando fala de vãs repetições. Seja lida ou espontânea, a oração deve brotar do coração de quem ora, com a certeza de que Deus o ouvirá.

Segundo, fé significa não apenas acreditar, mas confessar. Isso significa que temos que confessar nossa fé na Palavra de Deus, naquilo que é a vontade de Deus para nós. Se oramos sem essa fé embasada nas Escrituras, não receberemos nada. O Pai Nosso, mais uma vez vem nos ajudar: “Seja feita a tua vontade, assim na terra como nos céus”(Mateus 6:10).

Terceiro, às vezes, o que nos falta é sabedoria. Não podemos nos esquecer que Deus responde a todas as orações: às vezes com um “sim”, às vezes com um “não” e, outras vezes com um “espere”. Não podemos esperar que Deus responda sempre “sim” para nós. Não podemos agir como filhos mimados que não sabem receber um “não”, ou ficar na ansiedade porque Ele respondeu “espere”. Ao contrário do dito popular, Deus nunca tarda ( “Deus tarda, mas não falha”), Ele sempre age na hora certa, pois tem o conhecimento pleno do tempo e do espaço, o que falta a nós, limitados que somos.

Ao orar, exerça a sua fé genuína, creia nas promessas de Deus, revindique-as, elas são para você, pessoalmente. Os Salmos, por exemplo, nos mostram grandes e preciosas promessas que Deus está pronto a atender, pois se Ele prometeu, vai certamente cumprir. Tenha Fé!

quarta-feira, 26 de maio de 2021

Impedimentos a nossas orações (2)

2. Ausência de Espírito perdoador ( Mt 6:12)

“e perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos devedores”


Sem dúvidas que a Oração do Senhor, conhecida como Pai Nosso, é uma espécie de “Credo” da oração. Nela temos não apenas um modelo, mas singularmente, algumas regras de uma oração a ser ouvida por Deus.

E uma das suas cláusulas mais prementes é relativa à disposição de perdoar. Somos perdoados por Deus, em Jesus Cristo, porque Cristo tomou sobre si as nossas iniquidades. O salário do pecado é a morte (Rm 6:23) e cada um de nós deveria receber a justa condenação por isso. Mas Deus provou o seu amor por nós e nos perdoou (Rm 5:12). Livres, já não há condenação sobre nós (Rm 8:1). 

Somos convidados por Deus, portanto, a parir disso a sermos novas criaturas (2 Co 5:17) e a sermos, por isso, ministros da reconciliação (2 Co 5:18,19).

Mas porque temos tanta dificuldade em perdoar os outros?

Primeiro, porque somos egoístas por natureza. Queremos sempre ser o centro das atenções, mesmo que o façamos de modo inconsciente. Queremos que tudo seja feito do nosso modo, do nosso jeito. Não gostamos quando nossas ideias e sugestões não são aceitas no nosso grupo. Queremos, muitas vezes impor o nosso ponto de vista como o único verdadeiro, temos dificuldades em dar o braço a torcer. Por isso, antes de tudo, precisamos de cura. Nossas verdades não podem ser impostas aos outros como única solução. Aprender a ouvir, a compartilhar conceitos e reconhecer que erramos é um bom caminho a seguir.

Segundo, porque sempre esperamos das pessoas mais do que elas possam oferecer. Como estamos sempre nos decepcionando com as pessoas, não conseguimos esperar das pessoas apenas o que podem fazem. Todos somos imperfeitos, todos temos falhas, todos somos pecadores. Para amar e perdoar não podemos esperar que os outros pensem exatamente como nós, cada um tem seu tempo.

Terceiro, porque somos acumuladores de mágoas. E isso é o pior. O autor da Carta aos Hebreus nos adverte sobre isso: “atentando, diligentemente, por que ninguém seja faltoso, separando-se da graça de Deus; nem haja alguma raiz de amargura que, brotando, vos perturbe, e, por meio dela, muitos sejam contaminados” (Hebreus 12:15). Lembremos que raiva, rancor, mágoa são venenos que tomamos pensando que os outros vão morrer, mas faz muito mal para nós.

Que busquemos exercer o perdão todos os dias, aos outros e a nós mesmos. Tenhamos pensamentos retos e bondosos em relação aos outros e em relação a nós mesmos. Perdoar não é esquecer. Perdoar é como uma cicatriz: ela está ali e nos faz lebrar o corte, mas não dói, nem incomoda mais.

segunda-feira, 24 de maio de 2021

Série: Impedimentos a nossas orações (1)

Orar é uma tarefa que deve ser uma constante na vida de um cristão verdadeiro. O Apóstolo São Paulo nos convida a orar sem cessar (I Ts 5:17), pois precisamos estar conectados com Deus em nossas lutas diárias. Nele encontramos vitalidade e vigor para podermos testemunhar nossa fé.

No entanto, há alguns requisitos em que precisamos pensar para que nossa vida de oração seja plena. Sem eles, nossa oração será mera repetição de palavras, nossa oração não subirá ao glorioso trono da Graça.

Essa série de textos pretende levar você a ter uma vida de oração eficaz


1. Iniquidade no coração – Isaías 59:1,2:

Eis que a mão do Senhor não está encolhida, para que não possa salvar; nem surdo o seu ouvido, para não poder ouvir. Mas as vossas iniquidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que vos não ouça.

Deus quer e tem sempre o melhor para nós, seus filhos. Sempre vem ao nosso encontro com seu coração cheio de amor. Ele conhece as nossas limitações e imperfeições antes mesmo de nascemos. Ele vem ao encontro das pessoas para resgatá-las, curá-las, livrá-las de todo mal. Ele quer ter, com cada um de nós um encontro verdadeiro, travar conosco de uma intimidade real. No entanto, sua Santidade não pode admitir a nossa iniquidade. 

Aqui não podemos pensar apenas em pecados ou imperfeições, pois isso faz parte de nossa natureza humana, mas na prática repetida desses pecados, como se fossem de estimação. Em muitas circunstâncias, não queremos abrir mão dessas práticas para deleite ou conforto nosso, já que estamos viciados nestas atitudes. Deste modo, acabamos fazendo destas práticas um ídolo, algo que colocamos no lugar de Deus, às quais demonstramos mais amor do que a Ele. Iniquidade é, portanto, a prática de ações que contrariam a vontade divina e que, consciente e deliberadamente, continuamos a praticar, tal qual um vício.

Precisamos pensar tudo isso a partir da sinceridade de nossa fé e amor por Ele. Relacionamentos sinceros e duradouros são fruto de sinceridade. Exigimos isso das pessoas. Mas em relação a Deus e de nosso relacionamento com Ele, muitas vezes não estamos dispostos a isso, pois preferimos nossa independência e termos de nos submeter a Ele e à sua Vontade. Pensamos assim: Ah! Deus me entende...porém, será que você o entende, leitor? Reflita sobre isso e avalie como anda a sua amizade com Deus.

A bênção do Senhor sobre nós é, portanto, condicionada à nossa obediência. Dizer “não” para nós pode ser uma forma de disciplina espiritual para a qual devemos atentar. Somos pecadores, mas não precisamos nos alimentar do pecado ou viver em função dele. Somos chamados a viver a liberdade dos filhos de Deus, em comunhão constante com quem nos ama e tem o melhor para nós.

(Continua...)

domingo, 9 de maio de 2021

Sexto Domingo da Páscoa – Dia das Mães

 Sexto Domingo da Páscoa – Dia das Mães

Oração do Dia: Origem de todo bem, que tens preparado para quem te ama coisas tão excelentes que sobrepujam o entendimento humano; infunde em nossos corações tanto amor para contigo, que nós, amando-te em tudo e acima de tudo, alcancemos as tuas promessas, que excedem quanto podemos desejar, mediante Jesus Cristo, nosso Senhor, que vive e reina contigo e com o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

Leituras: Atos 10.44-48; Salmo 98; I João 5.1-6; João 15.9-17


Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo! Para sempre seja louvado!

Feliz dia das mães a todas essas mulheres batalhadoras e amorosas que, como Cristo, dão a vida por quem amam.

A mensagem do Evangelho de Jesus Cristo rompe todas as barreiras. Não há nada reservado a uns e não a outros, o Evangelho, através da obra do Espírito Santo, aproxima o que estava separado, e faz com que um dos mais importantes ministérios cristãos venha à luz: a reconciliação.

Sendo assim, a reconciliação é o amor de Deus colocado em prática: Deus, através de Cristo, nos reconcilia consigo mesmo, e nos reconcilia uns com os outros. Ao próximo, demonstramos essa reconciliação, essa obra de Deus, em nós e através de nós, de duas maneiras: pela prática de seus mandamentos e pelas ações concretas de amor pelo outro.

Infelizmente, no decorrer da História do Cristianismo (composto por pecadores!), há muitos exemplos de intolerância...aos que pensavam diferente, a pecha de hereges (herege é na, verdade, aquele que perdeu na argumentação!); aos que tinham práticas diferentes, foram chamados de bruxas e bruxos e queimados nas fogueiras; por causa de disputas doutrinárias, rotularam-se uns de ortodoxos e outros de heterodoxos e, devido a isso, houve uma pulverização de movimentos e seitas que dividem o Cristianismo em uma infinidade de grupos.

No entanto, a “carteira de identidade” de um cristão está além das disputas teológicas. Muitos se importam com o orgulhoso nome de suas denominações, outros por batizarem deste ou outro modo, outros ainda pelas visões diferentes em relação à Ceia do Senhor etc. No entanto, é o amor que define um Cristão.

Certa vez, um caixeiro viajante, figura tão antiga em nossas zonas rurais, onde o acesso a bens de consumo era tão difícil, chegou a uma fazenda. Ao saudar o fazendeiro, aquele homem viu que sobre a mesa da sala havia uma bíblia e, imediatamente, disse ao proprietário que era “crente” também. Meio desconfiado, o fazendeiro perguntou: “Se você é crente mesmo, responda uma pergunta: Quantos mandamentos nós temos?”. Sem titubear, o viajante responde: Ora, são 11! O fazendeiro riu, dizendo que são apenas 10. Então o homem respondeu: “De certo modo o senhor tem razão. Em Êxodo 20 encontramos os 10 mandamentos de Moisés. Mas se o senhor ler no Novo Testamento, Jesus ensina o décimo primeiro mandamento: “Um novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros”. Assim o fazendeiro se convenceu e recebeu o caixeiro com alegria.

Um novo mandamento: amar! “O versículo 9, do Evangelho de hoje, nos dá uma pista interessante: “Como o Pai me amou, também eu amei vocês; permaneçam no meu amor”. Como o Pai amou? Enviou o seu Filho a pecadores como nós, como prova de seu grande amor. Portanto, amor, antes de ser um sentimento, é ação! Como o Filho amou? Entregou voluntariamente a sua vida como nosso substituto na cruz, morrendo como nosso Salvador e Redentor. Como permaneceremos em seu amor? Guardando seus mandamentos, sendo obedientes e fiéis ao que Ele ensinou e viveu. E isso trará ao nosso coração uma alegria infinita.

Somos desafiados por Deus neste Domingo a ter o amor de mãe: desinteressado, sem esperar resultados ou agradecimentos, tendo o senso de dever cumprido quando vamos em direção do outro e derrubamos muros, construindo pontes. Isso deve ocorrer no seio da família, no trabalho, na escola, nas opções políticas que fazemos, nos trabalhos diários em que nos envolvemos.

Mais que doutrina, o Evangelho nos desafia a perceber que o Cristianismo deve ser uma relação interpessoal, ou seja: as pessoas da Trindade se relacionam entre si e conosco – O Pai envia o Filho, o Filho se oferece por nós, seus amigos, e o Espírito Santo nos leva a amar, quebrando barreiras. E desse relacionamento, a partir dele, nos relacionamos uns com os outros, caminhando a segunda milha, dando a outra face, perdoando uns aos outros, orando pelos inimigos...tarefas que não fáceis, se compararmos a cantar hinos de louvor, participar dos cultos ou ficarmos em disputas doutrinárias.

“Veem os outros Cristo em ti?” – pergunta um hino antigo. Vês tu Cristo nos outros? O chamado de Deus a nós hoje é de arrependimento e confissão, um chamado à conversão de costumes e de vida.

Que Deus tenha misericórdia de nós, pecadores, e nos instrua, pelo Espírito Santo, a nos lançar nesta aventura de reconciliação. Amém!


Mensagem Pastoral de Pentecostes - 2025

Caríssimos irmãos e irmãs em Cristo! Domingo, 08 de junho, é dia de Pentecostes. Aniversário da Igreja de Jesus Cristo. Celebramos este dia ...